quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Vende-se Intimidade


Temos nos dias de hoje um produto mais do que vendável: a fofoca. Não sabemos ao certo de onde veio esse habito tão curioso, feio e intrigante. Fato é que nos dias de milhões de realitys shows e centenas de revistas sobre todas as celebridades produto, a curiosidade sobre a vida alheia foi assumida e, inclusive, consumida por quase todo mundo.

Falando sobre " A Fazenda " por exemplo, um programa com este nome, poderia ter varias pautas como a convivencia harmonica entre cavalos, vacas e galinhas. Mas daí a ser um programa que uma dúzia de pseudofamosos, se trancam numa fazenda cheia de cameras, em busca de um milhão de reais, já é um pouco de mais...

Passando as revistas de fofocas... Convenhamos que é até interessante uma matéria sobre quem estava na estreia do filme tal, ou até quatro páginas sobre o casamento da Angelica com o Huck- afinal queremos ver as roupas, a decoração, os docinhos... Mas aí vem a pergunta: Qual o interesse numa matéria de título "Deborah Secco toma açaí no Leblon"? Não é possível que o ócio na vida das pessoas seja tal, a ponto de consumir esse tipo de noticia tão ''interessante''. Será uma tentativa de mostrar que as celebridades são "normais"? Ou de fato esses jornalistas são PhD´s no novo mal da humanidade: a curiosidade. Será que a vida das pessoas está tão desinteressente pra elas passarem a viver a vida do outro? Ou será simplesmente resultado da cultura do Voyerismo?

Tudo isso acaba gerando uma inversão de valores muito esquisita. O "Ator/Cantor" implorando pela vitória na Fazenda pra ganhar UM MILHÃO, o Doutor (Arquiteto, Ator, Pedreiro...) do BigBrother ser meramente taxado de ex qualquer coisa e ter a vida perseguida por paparazzis enlouquecidos... Fazer o que né? Vende!!!

Extra, extra, a vida alheia publicada em letras garrafais!




P.s.: Quando Nelson Rodrigues afirmou: "Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura, é realmente, minha ótica ficcionista. SOU (E SEMPRE FUI) UM ANJO PORNOGRAFICO". Será que ele imaginava que toda ótica do buraco da fachadura de hoje, se tornaria algo tão desinteressante? Pouca pornografia, pouco amor... Nada mais vemos alem no mero cotidiano alheio.

domingo, 27 de setembro de 2009

No Limite


Vivo no limite da arma

Do bandido e do policial

De quem ataca e de quem deveria defender

No limite da minha digestão

De saber digerir a podridão

De quem deveria ensinar a ser saudável

Vivo no limite da compaixão

Dos egoístas que não sabem dar

A quem merece receber

Vivo no limite da falta de vergonha

Dos ternos eleitos que ensinam a roubar

E dos pés descalços que não sabem entender

Vivo no limite do amor e do ódio

Da vontade de mudar e do ócio

De viver com dor e aprender a sorrir

De ser brasileira e nunca poder desistir.


BRASIL: NO MEU CORAÇÃO E NA MINHA PELE!


Depois de meses... volto a escrever, volto a minha paixão, volto de fato a SER!